sábado, 27 de novembro de 2010

Rio de Janeiro: a Cidade Maravilhosa

Pra que (m) serve a tua paz?

Alexandre Haubrich, jornalista, editor do blog Jornalismo B
(www.jornalismob.wordpress.com)

Homens armados atiram para todos os lados em uma favela carioca. Fortemente armados. O estrondo dos tiros ecoa junto com os zunidos das balas por todo o morro. Pessoas caem baleadas. Algumas estão apenas feridas, outras estão mortas. Entre os milhares de barracos de madeira rodeados por terra, esgoto e sangue, há um em que uma menina de quatorze anos está sentada ao computador, como você que está lendo esse texto está agora. Ali ela tenta concentrar-se em uma realidade diferente, tenta ignorar os tiros e zunidos e gritos e urros e mortes. Ela está lendo um recado que recebeu no Orkut, ela está vendo um vídeo engraçado no Youtube, ela está lendo este mesmo blog que você agora lê. De repente ela não está mais. Das suas costas escorre sangue, seu pai grita, sua mãe chora em desespero. A menina de 14 anos que brincava no computador foi morta por uma bala que saiu da arma de um policial, saiu da arma do Estado que deveria protegê-la.

Uma história muito parecida com essa aconteceu essa semana no Rio de Janeiro, e passou quase batida em meio ao fervor midiático e popular com uma guerra tão próxima, olha que maravilha, agora o Brasil também tem guerra, podemos curtir mais esse espetáculo do conforto de nossos lares e imaginar quase em gozo que é longe o suficiente para nos mantermos protegidos e perto o suficiente para nos dar prazer.
Tropa de Elite 3, agora ao vivo.

Violência do tráfico x violência do Estado

Durante décadas o Estado brasileiro promoveu ações policiais em favelas. O tráfico de drogas e armas continua, a “violência” que assusta a classe média continua, nada se resolve. Além disso, a violência social está devidamente estabelecida. Os moradores das favelas cariocas, como os moradores de todas as periferias das grandes e médias cidades brasileiras, são violentados dia e noite por criminosos comuns ou institucionalizados. O Estado violenta os pobres a cada instante. A violência do não acesso à educação, à cultura, à saúde. A violência do não acesso ao respeito, à solidariedade, ao carinho. A violência do não acesso à cidade, do preconceito, da exclusão, do nojo das elites que não tomariam um copo d’água servido em um barraco. A violência que vemos pela
TV é só a mais visível daqui da superfície. Como as revoluções, a violência contra os pobres não é televisionada.

A atual ação policial em alguns morros do Rio de Janeiro tem sido uma demonstração de força e truculência, e uma demonstração de como o Estado lida com a pobreza. Sem distinguir criminosos de não-criminosos, a polícia entra para matar quem passar pelo caminho. Revira casas que nada têm a ver com o tráfico, desrespeita os moradores como se estes não tivessem os mesmos direitos que qualquer um. Invadiria dessa forma casas de classe média? Não creio. Muitos dos chefões do tráfico de drogas e armas não moram nas favelas, mas em coberturas das zonas nobres do Rio de Janeiro. Por que essas coberturas não são invadidas da mesma forma? Os traficantes ocupam áreas da cidade e as transformam em suas propriedades. Milionários fazem o mesmo em áreas paradisíacas em diversas cidades brasileiras. Por que as mansões que estes constroem não são invadidas e devolvidas ao Estado? O problema não são os policiais, é importante explicar. É a estrutura policial, a instituição. A mentalidade, vendida pela mídia e comprada pela sociedade em quase todas as suas instâncias, remete ao tempo da escravidão negra: pobre não tem direitos, pobre não é gente. A polícia também compra essa ideia.

Além dos inocentes assassinados pela polícia, além dos inocentes feridos ou simplesmente desrespeitados em seus direitos, há os criminosos. Não parece, mas o Brasil ainda tem leis e ainda tem Judiciário. Que direito a polícia tem de travestir-se de juiz e executar criminosos a seu bel prazer? Ainda que, em sua cega ânsia vingativa, grande parcela da conservadora e ignorante sociedade brasileira defenda a pena de morte, este recurso não é permitido no Brasil. Se em um julgamento não se pode determinar a execução de um criminoso, por mais grave que seja seu crime, como pode ser aceito que a polícia mate traficantes como patos de festa junina? A limpeza social que está sendo posta em prática diariamente e, agora, de forma intensiva, não pode ser permitida. Além disso, a noção de “guerra” aplicada ao momento cria um clima de confronto exagerado, que faz crescer ainda mais a violência de lado a lado e reduz a preocupação com os direitos humanos e com o respeito à vida.

Fique claro: não estou defendendo os traficantes, que oprimem as pessoas através das armas, executam quando entendem que devem, e, mesmo em ações que “ajudam a comunidade”, desempenham um papel que não é deles. Exercem o poder através das armas em um nível de coerção muito maior do que o Estado atual. Porém, de nada adianta, através de seu caráter de detentor do monopólio da violência legítima, o Estado agir sobre os criminosos e sobre as comunidades da mesma forma. É claro também que, em uma situação estabelecida de conflito armado, os policiais precisam se defender, precisam atirar. Mas a atitude inicial do Estado, ali representado pela polícia, frente aos criminosos, não pode ser de confronto e busca pela morte do outro. Deve-se combater o crime. Mas combater o crime não é matar gente. Isso é cometer novos crimes. Combater o crime é buscar mudanças na sociedade.

A bala de prata contra a violência é a paz

Gostaria de ver o Estado brasileiro invadir as favelas cariocas e todos os grotões de pobreza armado com livros, estetoscópios e computadores. Essas são as balas de prata contra a violência não institucional. Essa violência é lamentada sem que se perceba onde nasce. Com a sociedade capitalista exclusiva, antidemocrática e preconceituosa por natureza, não há escapatória. A publicidade exalta o consumo, quem não pode consumir está automaticamente excluído. E esse mesmo que não pode consumir já mora longe das regiões centrais das grandes cidades, está desempregado ou subempregado, sofre na pele o preconceito de classe, monstruosamente presente na sociedade brasileira. Se mora na favela, não é por acaso. Não há lugar no campo por causa dos latifúndios que excluem, não há lugar na cidade por causa da especulação imobiliária, então o pobre vai parar nas periferias, isolado, e passa a ser visto com ainda mais preconceito, e o ciclo se renova. A política costumeira de isolar a pobreza não funciona. Enquanto a pobreza for mantida apartada da cidade média, não será enxergada nem eliminada, e a violência seguirá nascendo todos os dias.

A curto prazo é preciso pensar atitudes concretas básicas. A ocupação policial e a prisão dos traficantes é, sim, necessária, mas deve ser feita com preocupação com os direitos humanos básicos, em todos os sentidos, desde a atitude com os moradores até as ações frente aos criminosos. Mas só isso não adianta. A melhoria das condições de vida dessas pessoas é a única forma de impedir que a violência se prolifere, em suas mais diversas esferas. Para combater o tráfico de drogas e armas, a legalização de todas as drogas é um caminho inicial fundamental. Legalização não é liberação, leia bem. O Estado precisa deter o monopólio das drogas e controlar, dessa forma, seu consumo. Com as drogas legalizadas, o crime organizado que domina os morros do Rio de Janeiro perde sua principal fonte de financiamento.

Para resolver o problema em definitivo e em sua esfera mais ampla, porém, é preciso uma mudança profunda. Econômica, política, cultural e humana. É preciso fazer nascer um novo homem, que veja beleza na solidariedade, na igualdade entre diferentes, no respeito a essas diferenças. É preciso fazer nascer uma nova sociedade, com essas mesmas características do novo homem, começando-se por revoluções educacional e na saúde, por reformas agrária e urbana radicais, por redistribuição radical de renda. É dessa forma que o Estado pode atuar contra a violência. O resto é apenas reacomodação, solução apenas aparente, casual. A verdadeira solução é, como o verdadeiro problema, estrutural. É difícil? Muito. Mas as verdadeiras soluções não costumam ser as mais fáceis. Uma das poucas certezas que tenho é que absolutamente todas as ações e reações sociais são possíveis. A mudança precisa ser muito profunda, uma mudança sistêmica. Sem isso, temos pouco mais que nada. A paz não pode ser apenas aparente nem para alguns. Ela precisa ser profunda, permanente, e para todos.

sábado, 22 de maio de 2010

A Amizade está nas pequenas demonstrações


Esse post deveria ter sido publicado há meses... Mas antes tarde do que nunca, certo?! Hahahahahahaha


Há melhor maneira de passar a virada do ano com pessoas de quem a gente gosta em um lugar "bué de giro"? Se há, me digam porque eu não conheço! Para marcar o fim de um ano ímpar e o início de 2010, escolhemos a cidade de Lisboa – capital de Portugal, nosso colonizador!
Nossa ceia foi num típico restaurante português, bebendo vinho e sangria! Acompanhou-nos um belo vinho verde no trajeto do restaurante até às margens do Grande – e poluído – Tejo!!!
[Amigos queridos que agradeço à Ana Reis a possibilidade de ter conhecido em Dresden estavam comigo no momento dos fogos que marcavam o início de um ano novo!]
Bebemos, brindamos, saudamos o ano novo e nos despedimos em grande estilo de 2009!
A essa altura já estávamos meio "alegrinhos demais" e até carta de desejos de "ano novo" jogamos no mar – sim, cena de filme!!! Hahahahahahahahaha
E a noite ia se encaminhando para seu fim? Claro que não!!
Ainda tínhamos muita bebida a consumir! Após terminarmos com uma garrafa de vodka, encontramos um bar irlandês no qual fomos obrigados a entrar! Hauhauhahhahauhauhauha... Guinness e vodka preta ajudaram a não nos deixar com muita sede!
Risadas, dança e um pouquinho de álcool fez surgir entre nós, de repente, presença deveras inesperada!
Lord Voldemort acompanhou-nos até a residência de uma gentil garota portuguesa (prima da Tetê) que nos hospedava na capital lusitana. Bem, a garota não estava no apartamento... Na verdade, nem a conhecemos. Mas ela deve ser muito gentil, com certeza!
Conversamos muito com inúmeros desconhecidos ao longo do caminho. A maioria espantado com a presença de Lord Voldemort conosco... Até tentavam conversar com ele, mas ele estava para pouca conversa naquela noite! A coisa estava mais para "me carreguem para casa, faz favor" Huahuhuhauhauhauhauhauhuahuahau

Brincadeiras à parte, foi uma noite maravilhosa! Não poderia deixar de registrar o apreço que sinto por cada um de vocês que me fez passar uma virada de ano exemplar, espetacular, mesmo estando a muitos km de casa. A saber, Kikas (minha irmã portuguesa, cuja família me adotou na aldeia Cruz de Vila Nova), Portugal (um economista bué da fixe, que acha que os monumentos estão ali só para que ele os fotografe), Nicolas (o que seria da gente sem as neuras com o cinto durante toda a viagem?) e Tetê (uma portuguesa que eu gostei desde o início, mesmo que ela duvidasse disso).


Todas essas linhas foram para simbolizar o que a maioria das pessoas já sabe: amigos(as) a gente encontra em qualquer lugar do mundo, em diferentes ocasiões. Não importa se conhecemos há 10 anos ou há 10 minutos.
Pessoas que se importam e que se preocupam e compartilham conosco parte de sua breve existência, são essenciais à manutenção de nossa sanidade mental. Mas também são primordiais nos momentos de diversão.

Agradeço a tod@s que eu posso chamar de verdadeir@s amig@s pelos momentos divididos comigo!

domingo, 9 de maio de 2010

El sueño de Valentín...

Seguindo o tema "filmes geniais argentinos" compartilho aqui o meu preferido:

"Valentín", dirigido por Alejandro Agresti e protagonizado pelo menino mais fofo do mundo, Rodrigo Noya. Para mim, ele é insuperável na expressão dos sentimentos singelos. E os diálogos, como não poderia ser diferente tratando-se de uma produção argentina, são formidáveis.

Descobri agora que o filme todo está disponível no Youtube. Então, como não encontrei o trailer oficial em espanhol, deixo aqui a primeira parte. ;)

sábado, 8 de maio de 2010

O que nunca podemos trocar

Um dos melhores filmes que eu já assisti.
Uma história envolvente.
Um amor que, mesmo passadas mais de duas décadas, não arrefece.
Podemos mudar quase tudo em nossas vidas.
Mas "não podemos trocar de paixão"!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Aos amigos

Os amigos entrariam por uma casa
em chamas para nos salvarem
Mentem por nós à nossa própria mãe
Sabem de nós mais do que somos
capazes de lhes dizer
Jurariam que à hora do crime
estávamos a tomar chá com eles
Mesmo que a polícia nos encontrasse
com as mãos cheias de sangue:
- São rosas, senhores!
Andei com ela toda a tarde a cortar
rosas, senhores.
Sangue de espinhos, senhores!
Eles exigem-nos coisas de nada
As nossas lágrimas
O nosso lenço de assoar
A pele dos nossos inimigos
As batatas fritas do nosso bife
A nossa melhor roupa por uma noite
Exigem-nos tudo o que nos dão
É preciso regá-los regularmente
É nos ombros deles que cai toda
a água dos nossos olhos
Eles espevitam-nos o sentido de humor
quando menos nos apetece
E depois ficam conosco quando as
luzes se apagam e toda a gente se foi
embora...
Só aos amigos é dado o espectáculo
da nossa miséria.
[Inês Pedrosa]

quarta-feira, 17 de março de 2010

Intercâmbio entre amigos é bem melhor

Passados 7 meses após minha partida do Brasil rumo à Deutschland, volto à República das Bananas com um sentimento que parte de mim ficou em terras germânicas.
Já disse que o país me cativou, a cidade na qual fiquei é maravilhosa e que muitas festas e viagens caracterizaram esse tempo do lado de lá do Oceano...
Mas o que mais marca essa experiência, com certeza, será a amizade que encontrei por lá.
Imaginem pessoas completamente diferentes, de estados diferentes, cursando faculdades diferentes... Tudo pra dar errado, né?!?!?!
Nã nã ni nã não!!!
Talvez porque na Alemanha os outros eram bem mais diferentes do que nós, a união do grupo de brasileiros assustava os „nativos“ e demais intercambistas, ao mesmo tempo, que fascinava a facilidade que tínhamos de „criar“ festas onde quer que estivéssemos!
Como eu costumava dizer: „a festa está onde os brasileiros estiverem e ela começa quando nós chegarmos!“ Huahuahuhauhahauhauhauhauhauhuahauha

Nós estávamos lá sempre... Estávamos presentes nos momentos bons, juntos em festas, viagens, doenças, internações no Krankenhaus, quando a gente brigava com a família ou com alguém muito próximo...
Mais do que colegas de Programa Erasmus Mundus, encontrei amigos que, espero, mantenham-se presentes em minha vida por muito tempo ainda... Não importa a distância.
Se eu conheci parte da Europa, tá na hora de conhecermos o Brasil, né Leute?!
Catarinas, paulistas, cariocas, mineiros, pernambucanos, paraenses, portugueses...
Obrigada por terem sido a melhor companhia que eu poderia ter nesse tempo em Dresden.
Valeu todos os convites para jantas, festas, viagens, esquentas...
Dresden nunca mais será a mesma depois de nossa passagem por lá...
Eu não serei mais a mesma depois de minha passagem por lá!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Deutschland... Warum nicht?

A Alemanha é o melhor país da Europa. Ok, posso estar exagerando um pouquinho, mas o facto (como diriam os „tugas“) é que Deutschland (ou Germany, escolha o idioma preferido) é um país super organizado, que cuida de seus cidadãos e com uma história maravilhosa – mesmo que não seja motivo de orgulho, não podemos negar a importância histórica que esse país representa no século XX.
Sim, fui cativada por Deutschland. Amei, como já mencionei em post anterior, a cidade que me acolheu a partir de agosto. Mas não foi só por isso que fui cativada (não sou comprada tão facilmente assim... hahahahahahaha)
Sabem o que significa saber exatamente o horário que o teu tram (meio de transporte público utilizado em Deutschland) vai passar? E o respeito às leis de trânsito (válidas para pedestres, motoristas de carro e ciclistas)? E a pontualidade de tudo (parte ruim para mim)? A famosa pontualidade britânica, na verdade, é alemã! Hahahahahahaha
E as cervejas??? Quase fico sem fígado para voltar pro Brasil! Hauhauhuahuhauhauha
Além de maravilhosas – porque a pior cerveja alemã é melhor que muita ceva considerada muito boa no Brasil – as bebidas alcoolicas são muito baratas!!! Não só cervejas, mas shots de tequila, vinhos (franceses, italianos...), vodkas!!! Caro mesmo é comprar refrigerante e cachaça! Não, eu não tô brincando!!! E se a compra for no supermercado, a água tem um Pfand ("casco"/vasilhame) absurdamente caro também (paga-se €0.15 pela água e €0.25 pelo Pfand).
Perguntem para aqueles que não bebem álcool, se normalmente não gastavam mais do que os bebuns assumidos! Sério, quem vai pagar €2.50 por 200ml de Coca-Cola numa festa quando se pode comprar 500ml de Franziskaner por €1.90?!?!?! Ou, num caso mais extremo, duas cevas por €1.80 (tá, era uma festa específica e essa promoção tinha horário delimitado, mas mesmo assim, né?!)?

Mas eu não fui pra Alemanha só pra beber e ir a festas! Claro que não!!! Também viajei pelo país – e pela Europa... Hahahahahahahahahaha!

Da Alemanha mesmo, não conheci muito... Demais cidades (tipo Düsseldorf, Köln, Hamburg e Frankfurt) conheço da próxima ida a Europa (quando todas as divas estarão numa tour pelo Velho Mundo! Hahahahahahaha)...

Fui apenas a Leipzig (com a galera do Deutschkurs que eu fiz quando cheguei – o TUDIAS), Berlin (óbvio) e München (ponto de passagem igualmente obirgatória em minha humilde opinião)!

Leipzig é muito lindinha! Não é „cidade grande“. Mas tem monumentos e museus muito interessantes para se visitar. Um dos melhores museus da Europa no qual fui (lembrando que eu ODEIO museus), foi o da DDR. Aos sábados a entrada é franca (informação importante para quem quer conhecer mais sobre a história sem gastar muito)! E a visita foi guiada por uma moça muito simpática e super empolgada com a história da DDR (ou muito bem paga para fingir isso!).

Berlin, de tão especial, mereceu post próprio!
Mas só para registrar, ver o muro (ou a parte dele que ainda está na cidade) é emocionante! Não, não comprei pedacinhos do muro! Mas tirei fotos na West Berlin e na Ost Berlin! Inclusive, fiquei entre ambas!!! Outro ponto cuja passagem é obrigatória (e a entrada também é gratuita) é o Reichstag!
"Dem Deutschen Volke" (motivo de discussão gramatical alemã numa fria e cinza manhã de sábado por meus queridos sobrinhos) é um lugar fantástico!
Enquanto ouvimos a explicação ao caminhar pelo lugar, podemos, olhando pela janela, visualizar os pontos mencionados da cidade.
E o Brandenburger Tor?!?! Mil vezes melhor que o Arco do Triunfo (desculpem os franceses). Seja de dia ou à noite, o monumento é lindo. Vale fotos em ambos os momentos! Hahahahahahaha

Por fim, fui convencida por uma grande amiga e companheira de festas de estudante e super parceira nas viagens (e na paixão pelos The Beatles) a ir a München. Num fim de semana que teve chuva e sol, conhecemos a cidade e um Schlosszinho super famoso que inspirou os castelos da Disney – o Neuschwanstein.

A ideia do Neuschwanstein foi de um carinha meio louco, que morreu cedo, o Ludwig II.

Ele resolveu que queria construir um castelo no meio do nada; quer dizer, no meio das montanhas! Huhauhauhauhauhauhauhaha... Mas o lugar é lindo. Ao lado de uma cidadezinha graciosa – Füssen – na qual presenciamos um casamento grego, com direito a quebra de pratos e tudo, antes de pegarmos o trem de volta a München.

Além dos monumentos, e acho que mais importante do que eles, valeu a ida a München devido aos conhecimentos gastronômicos que adquirimos. Em uma noite, degustamos da típica comida alemã, com um típico atendimento alemão, na Augustiner.

Servidas pelas mulheres trajadas com o Drindl, comemos e bebemos muito bem! Talvez por ser tão boa, a Augustiner (cerveja) é desde 1328 produzida e apreciada pelos alemães – e turistas!

MAS, a melhor degustação ainda estava por vir! Hofbräuhaus.

Um nome. Um sabor. Uma sensação inigualável!!! A melhor, sem sombra de dúvida! Claro que eu tô falando de bebida alcoolica, embora também tenhamos comido os famosos "Brezel" e as linguiças típicas da região.

Até tinha bandinha tocando ao vivo! Hahahahahahaha... 1.5l apreciado como se fosse o primeiro gole! Passagem mais do que obrigatória a todos que forem a München! Inclusive aqueles/aquelas que não bebem! Hahahahahahaha.

Não posso falar dos países que não conheci. A maioria das viagens fiz para cidades específicas – tipo, Madrid, Paris, Praga. Mas mesmo analisando de forma meio superficial, Deutschland é um país organizado, sempre que necessário – ao menos, nos pontos mais turísticos – pode-se falar inglês ou tentar enrolar no espanhol, pois várias pessoas compreendem o idioma latino (várias mesmo... grande parte dos jovens alemães conseguem falar um „alemanhol“); no inverno o país fica branco – o que eu acho lindo, particularmente – e no verão tem um sol que nasce pouco depois das 4h30min (nem precisam perguntar: sim, era a hora que, às vezes, eu chegava em casa) e que se põe depois das 20h30min.

Aconselho a todos e todas que passem pela Alemanha, caso uma viagem a Europa esteja nos planos futuros! Visitem as cidades históricas, vão a muitas festas alemães – porque é muito divertido vê-los se „soltarem“ e bebam muita cerveja alemã, claro!!!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ich liebe Dresden...

Ah... a minha Dresden! Como eu aprendi a AMAR essa cidade que me acolheu durante alguns meses. Adorei mesmo.

Viajei muito, claro! Não é todo dia que o governo europeu te dá uma bolsa pra não fazer muita coisa, além de circular por aí!

Mas o sentimento de „ainda bem que tô voltando pra minha casa“ sempre me acometia quando eu via a Hauptbanhof e mais ainda quando eu via o meu Hochschule lindo, despontando no horizonte – iluminado seja pelo sol, seja pela lua!

Dresden além de ser uma cidade histórica, é uma das mais lindas da Alemanha, em minha humilde opinião.

E achei várias semelhanças com a minha Porto Alegre: sentar a beira do Elba, lagartear no Grosser Garten, visitar a Frauenkirche... e ainda tem os concertos na Staatskapelle!

E pra quem imaginava que numa cidade com pouco mais de 500 mil habitantes, no primeiro mês eu já estaria entediada, contando os segundos pra voltar a beber na Cidade Baixa... não contava que aqui houvesse a Neustadt, com o sempre convidativo e aberto Hebedas (pra citar apenas um dos diversos bares de diversos estilos que há no bairro em questão e que é o mais parecido com o Van Gogh pq nunca fecha antes das 6h) e que toda segunda-feira haveria uma das melhores festas da cidade: a Flower Power - cujo login é 0800 e a ceva é super barata!

Noite de estudante, claro! E as músicas??? Um andar só com clássicos: de The Beatles, Rolling Stones, Chuck Berry, Janis Joplis, a novos sucessos que agitam a galera europeia.


Embora até o final do semestre eu ainda não consiga encontrar o lugar das minhas aulas e chegue SEMPRE atrasada, foram bons momentos vividos na TU também.



Meu intercâmbio na Alemanha foi uma mescla de festas, viagens e algumas aulas!


Divas pelo mundo

Gabriela achou um local em Floripa que não podemos deixar de visitar quando formos à capital catarinense! Diva's!

Mas não é só em Santa Catarina que encontramos identificações de "nossos lugares".
Ao chegar em Praga, na República Tcheca, uma das primeiras lojas com a qual nos deparamos a caminho de nosso hostel foi a seguinte:









Inclusive na Cidade Luz nos dedicam um espaço!
Tudo bem que é na Boulevard du Clichy, uma rua que devia ser bem mais agitada à noite e não às 11h - horário em que lá estive.



A Boulevard du Clichy é a rua do Moulin Rouge!


Acho que não preciso me prolongar em explicações sobre o tipo de local que leva nosso nome, certo?!



Mas mesmo assim, é um lugar muito "Diva": com luzes brilhantes e que piscam alucinadamente sempre!

sábado, 30 de janeiro de 2010

20 Jahre Mauerfall

A ida a Berlin foi uma festa total!!!

Estava mega frio, todos os dias nublados e durante a comemoração oficial do MauerFall resolveu cair a maior chuva – mas isso não tirou o brilho da noite!

Todo mundo sabe o que o muro representou na história mundial no século passado.

Um país dividido ao meio ainda é um tanto contraditório para nós imaginarmos hoje.

Aliás, a Alemanha adora separar, né?! O carinha do „bigode“ já havia causado males até hoje presentes no país!

Enfim, têm filmes e livros que contam muito bem toda a história.

Quando o muro foi construído, eu nem era nascida ainda (Pra verem como faz tempo isso!)! Quando ele „caiu“, mesmo que tenha sido noticiado, não lembro mto bem...

Mas eu estava nas comemorações dos 20 Jahre MauerFall!

Por que era importante eu estar lá? Porque a galera ia... Não, não era só por isso...

Nem porque importantes personagens políticos estariam presentes, a citar Monsieur Sarkozy, a Senhora Clinton e a Frau Merkel.

As pessoas presentes estavam realmente emocionadas. A cidade estava num clima de festa. Pessoas do mundo todo foram até Berlin comemorar junto aos alemães a data.

Mais do que pedras derrubadas, a queda representou a reunião de famílias. A reconquista do direito de ir e vir, livremente, em seu país.

Bem, a Alemanha me conquistou como já devem ter percebido. É um país lindíssimo e não consigo imaginá-lo dividido.

A parte „ocidental“ alemã praticamente reconstruiu o lado oriental. Os trans de Dresden, por exemplo, são mais novos e bem melhores do que alguns de Munique. A gente percebe certo ressentimento dos „ocidentais“ em relação aos „orientais“ nesse sentido.

Vivendo numa cidade da antiga DDR, politicamente bem conservadora ainda, não me acho apta a dizer o que era melhor... Se perguntarmos aos „dresdenianos“, as opiniões serão divergentes – mas muitos pontos positivos serão ressaltados sobre os tempos de DDR.

O importante creio que seja a „reunificação“ mesmo do país... Ainda tenho que explicar onde fica Dresden assim “é na parte oriental da Alemanha“...

Os europeus construíram categorias no século XX e ainda utilizam-nas no hoje, mesmo que elas devessem já ter caído – como o muro.




quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Parabéns, Gabi!

É isso aí, a Gabi passou no seu segundo vestibular na UFRGS!
Parabéns, sorte e sucesso nesta nova etapa!

Beijos

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quando a ficha cai...

Pois bem, estimadas Divas. Inauguro minhas palavras neste blog coletivo com a felicidade de ser, enfim, uma CIENTISTA SOCIAL ou, no senso comum, uma SOCIÓLOGA. Para eu, tanto faz, mas assumo que a palavra cientista é mais impactante. Agora sinto que, de fato e socialmente, profissões são formadoras de identidades. Eis o peso da Sociologia do Trabalho, Gabi.

Nossa formatura foi linda, emocionante e tropical, digamos assim. Parecia fazer uns 50ºC naquela toga, embaixo daquele turbilhão de lâmpadas. Arlei foi maravilhoso, responsável por um discurso há tempos por ele silenciado e à nossa altura! Passou para 60ºC quando o brilhante filósofo pôs-se a discursar com seu dom oratório, tamanha ansiedade, inquietação e raiva (sim, minha vontade era de matá-lo naquele instante), individuais e/ou coletivas. Reitor ausente por alguns minutos, alvoroço no palco e na platéia e, para encerrar, uma tromba d'água daquelas. Resultado: sede, cabelo e vestido molhados, maquiagem borrada e vuco-vuco na saída. Sem dúvida uma solenidade de Divas. E se tratando de nós, queridas, não poderia ser diferente.

Estou muito feliz, sensação de dever cumprido e precisando descansar. Em março parto para a licenciatura, FACED que me aguarde (haja paciência, mas tudo bem)! E sempre trabalhando com o Bolsa Família.

PARABÉNS para todas (inclusive para Rosi, que esteve conosco naquele momento, eu senti)! SUCESSO e SORTE em nossas trajetórias. Não quero me distanciar de vocês, personagens de 5 anos de história...