terça-feira, 2 de julho de 2013

Se não nos deixam sonhar, não os deixaremos dormir!!!

Depois de muitos anos de apatia, silêncio e medo de sair às ruas, o Brasil se levantou contra diversas injustiças.
Algumas vitórias foram alcançadas após diversos km caminhados, assembleias de discussão, muito gás lacrimogêneo inalado, algumas balas de borracha que machucaram e cegaram cidadãos e algumas mortes.
Mas nenhum ato de truculência teve a capacidade de calar a voz das ruas. A ditadura militar na América Latina teve uma das mais cruéis consequências: instaurou a ditadura do medo, como já dizia Galeano. Agora, acabou o medo.
Saímos às ruas buscando nossos direitos. E não é só por R$0,20. É contra uma política de Estado que governa para poucos/as e dá migalhas para todos/as os/as demais. É contra o lucro dos empresários em detrimento de um transporte gratuito e de qualidade. É contra uma bancada religiosa que quer legislar o corpo das mulheres e dizer aos homossexuais que são doentes. É contra políticos que acham que educação e saúde públicas são menos importantes que estádios de futebol.

Se não nos deixam sonhar, não os deixaremos dormir - no Congresso, no Senado, nas Câmaras de Vereadores e nas Assembleias Legislativas!!!


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Extremistas e a Democracia

Na Alemanha Ocidental da década de 1970, um grupo de jovens resolve lutar contra o capitalismo. A falsa democracia é posta em xeque.

Recomendo o filme Der Baader Meinhof Komplex.

As coisas não mudaram muito no mundo nesses últimos 40 anos, infelizmente.




sábado, 27 de novembro de 2010

Rio de Janeiro: a Cidade Maravilhosa

Pra que (m) serve a tua paz?

Alexandre Haubrich, jornalista, editor do blog Jornalismo B
(www.jornalismob.wordpress.com)

Homens armados atiram para todos os lados em uma favela carioca. Fortemente armados. O estrondo dos tiros ecoa junto com os zunidos das balas por todo o morro. Pessoas caem baleadas. Algumas estão apenas feridas, outras estão mortas. Entre os milhares de barracos de madeira rodeados por terra, esgoto e sangue, há um em que uma menina de quatorze anos está sentada ao computador, como você que está lendo esse texto está agora. Ali ela tenta concentrar-se em uma realidade diferente, tenta ignorar os tiros e zunidos e gritos e urros e mortes. Ela está lendo um recado que recebeu no Orkut, ela está vendo um vídeo engraçado no Youtube, ela está lendo este mesmo blog que você agora lê. De repente ela não está mais. Das suas costas escorre sangue, seu pai grita, sua mãe chora em desespero. A menina de 14 anos que brincava no computador foi morta por uma bala que saiu da arma de um policial, saiu da arma do Estado que deveria protegê-la.

Uma história muito parecida com essa aconteceu essa semana no Rio de Janeiro, e passou quase batida em meio ao fervor midiático e popular com uma guerra tão próxima, olha que maravilha, agora o Brasil também tem guerra, podemos curtir mais esse espetáculo do conforto de nossos lares e imaginar quase em gozo que é longe o suficiente para nos mantermos protegidos e perto o suficiente para nos dar prazer.
Tropa de Elite 3, agora ao vivo.

Violência do tráfico x violência do Estado

Durante décadas o Estado brasileiro promoveu ações policiais em favelas. O tráfico de drogas e armas continua, a “violência” que assusta a classe média continua, nada se resolve. Além disso, a violência social está devidamente estabelecida. Os moradores das favelas cariocas, como os moradores de todas as periferias das grandes e médias cidades brasileiras, são violentados dia e noite por criminosos comuns ou institucionalizados. O Estado violenta os pobres a cada instante. A violência do não acesso à educação, à cultura, à saúde. A violência do não acesso ao respeito, à solidariedade, ao carinho. A violência do não acesso à cidade, do preconceito, da exclusão, do nojo das elites que não tomariam um copo d’água servido em um barraco. A violência que vemos pela
TV é só a mais visível daqui da superfície. Como as revoluções, a violência contra os pobres não é televisionada.

A atual ação policial em alguns morros do Rio de Janeiro tem sido uma demonstração de força e truculência, e uma demonstração de como o Estado lida com a pobreza. Sem distinguir criminosos de não-criminosos, a polícia entra para matar quem passar pelo caminho. Revira casas que nada têm a ver com o tráfico, desrespeita os moradores como se estes não tivessem os mesmos direitos que qualquer um. Invadiria dessa forma casas de classe média? Não creio. Muitos dos chefões do tráfico de drogas e armas não moram nas favelas, mas em coberturas das zonas nobres do Rio de Janeiro. Por que essas coberturas não são invadidas da mesma forma? Os traficantes ocupam áreas da cidade e as transformam em suas propriedades. Milionários fazem o mesmo em áreas paradisíacas em diversas cidades brasileiras. Por que as mansões que estes constroem não são invadidas e devolvidas ao Estado? O problema não são os policiais, é importante explicar. É a estrutura policial, a instituição. A mentalidade, vendida pela mídia e comprada pela sociedade em quase todas as suas instâncias, remete ao tempo da escravidão negra: pobre não tem direitos, pobre não é gente. A polícia também compra essa ideia.

Além dos inocentes assassinados pela polícia, além dos inocentes feridos ou simplesmente desrespeitados em seus direitos, há os criminosos. Não parece, mas o Brasil ainda tem leis e ainda tem Judiciário. Que direito a polícia tem de travestir-se de juiz e executar criminosos a seu bel prazer? Ainda que, em sua cega ânsia vingativa, grande parcela da conservadora e ignorante sociedade brasileira defenda a pena de morte, este recurso não é permitido no Brasil. Se em um julgamento não se pode determinar a execução de um criminoso, por mais grave que seja seu crime, como pode ser aceito que a polícia mate traficantes como patos de festa junina? A limpeza social que está sendo posta em prática diariamente e, agora, de forma intensiva, não pode ser permitida. Além disso, a noção de “guerra” aplicada ao momento cria um clima de confronto exagerado, que faz crescer ainda mais a violência de lado a lado e reduz a preocupação com os direitos humanos e com o respeito à vida.

Fique claro: não estou defendendo os traficantes, que oprimem as pessoas através das armas, executam quando entendem que devem, e, mesmo em ações que “ajudam a comunidade”, desempenham um papel que não é deles. Exercem o poder através das armas em um nível de coerção muito maior do que o Estado atual. Porém, de nada adianta, através de seu caráter de detentor do monopólio da violência legítima, o Estado agir sobre os criminosos e sobre as comunidades da mesma forma. É claro também que, em uma situação estabelecida de conflito armado, os policiais precisam se defender, precisam atirar. Mas a atitude inicial do Estado, ali representado pela polícia, frente aos criminosos, não pode ser de confronto e busca pela morte do outro. Deve-se combater o crime. Mas combater o crime não é matar gente. Isso é cometer novos crimes. Combater o crime é buscar mudanças na sociedade.

A bala de prata contra a violência é a paz

Gostaria de ver o Estado brasileiro invadir as favelas cariocas e todos os grotões de pobreza armado com livros, estetoscópios e computadores. Essas são as balas de prata contra a violência não institucional. Essa violência é lamentada sem que se perceba onde nasce. Com a sociedade capitalista exclusiva, antidemocrática e preconceituosa por natureza, não há escapatória. A publicidade exalta o consumo, quem não pode consumir está automaticamente excluído. E esse mesmo que não pode consumir já mora longe das regiões centrais das grandes cidades, está desempregado ou subempregado, sofre na pele o preconceito de classe, monstruosamente presente na sociedade brasileira. Se mora na favela, não é por acaso. Não há lugar no campo por causa dos latifúndios que excluem, não há lugar na cidade por causa da especulação imobiliária, então o pobre vai parar nas periferias, isolado, e passa a ser visto com ainda mais preconceito, e o ciclo se renova. A política costumeira de isolar a pobreza não funciona. Enquanto a pobreza for mantida apartada da cidade média, não será enxergada nem eliminada, e a violência seguirá nascendo todos os dias.

A curto prazo é preciso pensar atitudes concretas básicas. A ocupação policial e a prisão dos traficantes é, sim, necessária, mas deve ser feita com preocupação com os direitos humanos básicos, em todos os sentidos, desde a atitude com os moradores até as ações frente aos criminosos. Mas só isso não adianta. A melhoria das condições de vida dessas pessoas é a única forma de impedir que a violência se prolifere, em suas mais diversas esferas. Para combater o tráfico de drogas e armas, a legalização de todas as drogas é um caminho inicial fundamental. Legalização não é liberação, leia bem. O Estado precisa deter o monopólio das drogas e controlar, dessa forma, seu consumo. Com as drogas legalizadas, o crime organizado que domina os morros do Rio de Janeiro perde sua principal fonte de financiamento.

Para resolver o problema em definitivo e em sua esfera mais ampla, porém, é preciso uma mudança profunda. Econômica, política, cultural e humana. É preciso fazer nascer um novo homem, que veja beleza na solidariedade, na igualdade entre diferentes, no respeito a essas diferenças. É preciso fazer nascer uma nova sociedade, com essas mesmas características do novo homem, começando-se por revoluções educacional e na saúde, por reformas agrária e urbana radicais, por redistribuição radical de renda. É dessa forma que o Estado pode atuar contra a violência. O resto é apenas reacomodação, solução apenas aparente, casual. A verdadeira solução é, como o verdadeiro problema, estrutural. É difícil? Muito. Mas as verdadeiras soluções não costumam ser as mais fáceis. Uma das poucas certezas que tenho é que absolutamente todas as ações e reações sociais são possíveis. A mudança precisa ser muito profunda, uma mudança sistêmica. Sem isso, temos pouco mais que nada. A paz não pode ser apenas aparente nem para alguns. Ela precisa ser profunda, permanente, e para todos.

sábado, 22 de maio de 2010

A Amizade está nas pequenas demonstrações


Esse post deveria ter sido publicado há meses... Mas antes tarde do que nunca, certo?! Hahahahahahaha


Há melhor maneira de passar a virada do ano com pessoas de quem a gente gosta em um lugar "bué de giro"? Se há, me digam porque eu não conheço! Para marcar o fim de um ano ímpar e o início de 2010, escolhemos a cidade de Lisboa – capital de Portugal, nosso colonizador!
Nossa ceia foi num típico restaurante português, bebendo vinho e sangria! Acompanhou-nos um belo vinho verde no trajeto do restaurante até às margens do Grande – e poluído – Tejo!!!
[Amigos queridos que agradeço à Ana Reis a possibilidade de ter conhecido em Dresden estavam comigo no momento dos fogos que marcavam o início de um ano novo!]
Bebemos, brindamos, saudamos o ano novo e nos despedimos em grande estilo de 2009!
A essa altura já estávamos meio "alegrinhos demais" e até carta de desejos de "ano novo" jogamos no mar – sim, cena de filme!!! Hahahahahahahahaha
E a noite ia se encaminhando para seu fim? Claro que não!!
Ainda tínhamos muita bebida a consumir! Após terminarmos com uma garrafa de vodka, encontramos um bar irlandês no qual fomos obrigados a entrar! Hauhauhahhahauhauhauha... Guinness e vodka preta ajudaram a não nos deixar com muita sede!
Risadas, dança e um pouquinho de álcool fez surgir entre nós, de repente, presença deveras inesperada!
Lord Voldemort acompanhou-nos até a residência de uma gentil garota portuguesa (prima da Tetê) que nos hospedava na capital lusitana. Bem, a garota não estava no apartamento... Na verdade, nem a conhecemos. Mas ela deve ser muito gentil, com certeza!
Conversamos muito com inúmeros desconhecidos ao longo do caminho. A maioria espantado com a presença de Lord Voldemort conosco... Até tentavam conversar com ele, mas ele estava para pouca conversa naquela noite! A coisa estava mais para "me carreguem para casa, faz favor" Huahuhuhauhauhauhauhauhuahuahau

Brincadeiras à parte, foi uma noite maravilhosa! Não poderia deixar de registrar o apreço que sinto por cada um de vocês que me fez passar uma virada de ano exemplar, espetacular, mesmo estando a muitos km de casa. A saber, Kikas (minha irmã portuguesa, cuja família me adotou na aldeia Cruz de Vila Nova), Portugal (um economista bué da fixe, que acha que os monumentos estão ali só para que ele os fotografe), Nicolas (o que seria da gente sem as neuras com o cinto durante toda a viagem?) e Tetê (uma portuguesa que eu gostei desde o início, mesmo que ela duvidasse disso).


Todas essas linhas foram para simbolizar o que a maioria das pessoas já sabe: amigos(as) a gente encontra em qualquer lugar do mundo, em diferentes ocasiões. Não importa se conhecemos há 10 anos ou há 10 minutos.
Pessoas que se importam e que se preocupam e compartilham conosco parte de sua breve existência, são essenciais à manutenção de nossa sanidade mental. Mas também são primordiais nos momentos de diversão.

Agradeço a tod@s que eu posso chamar de verdadeir@s amig@s pelos momentos divididos comigo!

domingo, 9 de maio de 2010

El sueño de Valentín...

Seguindo o tema "filmes geniais argentinos" compartilho aqui o meu preferido:

"Valentín", dirigido por Alejandro Agresti e protagonizado pelo menino mais fofo do mundo, Rodrigo Noya. Para mim, ele é insuperável na expressão dos sentimentos singelos. E os diálogos, como não poderia ser diferente tratando-se de uma produção argentina, são formidáveis.

Descobri agora que o filme todo está disponível no Youtube. Então, como não encontrei o trailer oficial em espanhol, deixo aqui a primeira parte. ;)

sábado, 8 de maio de 2010

O que nunca podemos trocar

Um dos melhores filmes que eu já assisti.
Uma história envolvente.
Um amor que, mesmo passadas mais de duas décadas, não arrefece.
Podemos mudar quase tudo em nossas vidas.
Mas "não podemos trocar de paixão"!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Aos amigos

Os amigos entrariam por uma casa
em chamas para nos salvarem
Mentem por nós à nossa própria mãe
Sabem de nós mais do que somos
capazes de lhes dizer
Jurariam que à hora do crime
estávamos a tomar chá com eles
Mesmo que a polícia nos encontrasse
com as mãos cheias de sangue:
- São rosas, senhores!
Andei com ela toda a tarde a cortar
rosas, senhores.
Sangue de espinhos, senhores!
Eles exigem-nos coisas de nada
As nossas lágrimas
O nosso lenço de assoar
A pele dos nossos inimigos
As batatas fritas do nosso bife
A nossa melhor roupa por uma noite
Exigem-nos tudo o que nos dão
É preciso regá-los regularmente
É nos ombros deles que cai toda
a água dos nossos olhos
Eles espevitam-nos o sentido de humor
quando menos nos apetece
E depois ficam conosco quando as
luzes se apagam e toda a gente se foi
embora...
Só aos amigos é dado o espectáculo
da nossa miséria.
[Inês Pedrosa]